Sunday, 24 April 2011

Vapor das Laranjas: Prog. Scuba&DolphinWatch

Castillo Moncada - Cortesia Nuno Monteiro Portisub




Data: 24-04-2011          
Spot:  Vapor das Laranjas
LocaL:  Sagres,  Praia do Barranco
Tipo de Mergulho: Naufrágio
Profundidade Máxima: 12,9 metros
Tempo total da imersão: 45 ‘
Temperatura da água: 17ºC


Dia 24 de Abril, 2º dia do Scuba & Dolphin Watch da ADNG, fomos mergulhar a um naufrágio que há muito me fascina e intriga, razão pela qual o escolhi para tema deste pequeno artigo.

Já fiz várias visitas a este naufrágio, mas não tantas como suponha ter feito. Consultei os meus canhenhos e afinal foram cinco as imersões anteriormente feitas:  4 (quatro) entre 1997 e 2001, com a Lagos Sub do Detlef Seeger e a quinta com a Oceanox no ano de 2004, “Dive Centers”  que já não existem. 

Trata-se de um excelente mergulho, numa quota que vai dos 7 aos 18 metros.  O navio jaz junto a uma falésia adjacente à Praia do Barranco (*), na zona de Raposeira, Concelho de Vila do Bispo. Consequência da ondulação, está completamente destroçado, com as diversas peças espalhadas pelo fundo perto da costa, algumas delas parecendo fundidas com rocha.   

Como se chama o navio? Vapor das Laranjas ? Vapor Toranjas? Castilho Moncada?  Bem, durante anos ninguém me soube dizer o nome da embarcação. Era simplesmente o barco naufragado junto à praia do Barranco, num local também denominado de “Lage d’ Água” por um pescador local que conheci nestas andanças de mergulhador.

Só em 2004 ouvi a Oceanox chamar-lhe “Vapor das Toranjas”, daí deduzindo que a embarcação transportaria tal citrino. Todavia, também consta por aí que o aludido se dá pelo nome de “Vapor das Laranjas” e, mais recentemente, via site da Portisub, soube que estamos perante um cargueiro Grego, de nome original “Lena”, que terá sido torpedeado e aprisionado em 1938 durante a Guerra Civil Espanhola, posteriormente recuperado e rebaptizado de “Castillo Moncada”.  Afundou em  Março de 1951 no local em que se encontra.

   (*Uma praia fabulosa, perto da Ingrina, mas com péssimo acesso (recomendável para um Jeep). Um dia levo-vos lá, caso queiram. )


Trata-se de um recife artificial, repleto de vida, onde vi os maiores polvos da minha vida. Essa abundância associada ao mistério em torno do navio explicam o meu fascínio pelo mesmo.

O dia esteve cinzento e especialmente ventoso durante a tarde, com impacto nesfasto no estado do mar.  A visibilidade esteve fraquinha (5 /7 metros ?) e havia bastante fola, o que não ajudou.

Apesar do anos passados não tive dificuldade em encontrar o navio, mas não tive tempo para procurar a caldeira. Foi o segundo mergulho do dia e o frio fez mossa nalguns dos participantes, abreviando as coisas.  De qualquer forma, foram 45 minutos de imenso prazer. Não avistei  grandes polvos, mas vi um enorme rascasso, bastantes Salemas, Sargos e Bodiões.  Vamos lá voltar para vasculhar melhor aquilo tudo? Eu tenciono ir!

Infelizmente não tenho fotos e filmes do evento, pois a minha máquina Intova foi à vida de vez.  Paciência, fica a memória de uma excelente saída de mar na vossa companhia.

Não vos canso mais.  Um grande abraço a todos e obrigado por me aturarem.
Raul Álvares da Cunha